Jogar essas one-shots (ou às vezes two-shots) com esses sistemas novos (que não são Storyteller nem D&D) foram experiências bem legais. Os narradores explicavam as regras em 20 minutos (os sistemas contemporâneos tem regras simplificadas, como eu já falei). E a gente fazia personagens em uns 10 minutos. O resultado é que a relação jogador/personagem fica diferente. A gente não tem tanto apego ao boneco, experimenta mais na criação, e ousa mais na hora de jogar com eles. E as vezes a história acaba com a gente morto.🤭
Mas também é gostoso jogar crônicas do jeito tradicional, como aquela que durou três anos. A gente lave 1 semana pra fazer o char, ele fica mais complexo, a gente se apega mais, faz de tudo pra ele não morrer, etc etc.
quarta-feira, 23 de março de 2022
one-shots
ABISMO INFINITO 2/2 - Ramirez
Quando os três personagens dos jogadores despertam, descobrem que todas as outras cápsulas criogênicas pifaram, ocasionando a morte de todos os outros tripulantes. Mas a coisa mais estranha encontrada é: o falecido capitão... era um andróide! E de um modelo ainda mais perfeito que os andróides normais. Só um profundo scan revelou a diferença. O personagem engenheiro decide então dissecar as peças do ser artificial, visando descobrir algo sobre esse mistério. Às vezes, quando tirava alguma peça, o corpo robótico se movia levemente: um dedo tremia, uma perna tinha um espasmo.
Os três personagens eventualmente aterrisam no planeta e encontram uma pirâmide de pedra, coberta de escritos de um alfabeto estranho. Ali vivem humanos primitivos cultuando um deus ausente, entre estatuetas cobertas de ouro, e um altar que expõe uma estrutura tecnorgânica em formato ovóide. A teoria da colonização alienígena estava correta! E aparentemente a estrutura afeta mentalmente quem está ao seu redor, incluindo os aldeões e até mesmo os personagens dos jogadores.Os personagens discutem muito sobre o que fazer, e acabam decidindo trazer a coisa ovóide para a nave. Ramirez acha perigoso, mas ele precisa do dinheiro da missão para assegurar o sustento de sua família. Mas ele tem um plano: enviar uma mensagem de aviso para a Terra, para isolar a nave antes que ela entre em órbita do planeta. Assim o artefato pode ser estudado a distância, mas sem contaminar a humanidade. Mas o engenheiro, que tinha assumido o comando na ausência do capitão, intercepta a mensagem e a apaga antes mesmo de ser enviada.
EPÍLOGO: A nave está em completo silêncio. Os três tripulantes restantes estão nas câmaras de hibernação. O artefato alienígena toma controle do sistema da nave, desligando as três cápsulas e matando os personagens dos jogadores. O último sonho que Ramirez tem antes de seu coração parar é ver seu marido e sua irmã sendo completamente cobertos pelo ouro líquido, então se espalhando para todas as pessoas até cobrir a humanidade inteira. A nave ruma com destino à Terra. E, na enfermaria, o antigo comandante, morto, está com todas as suas vísceras espalhadas pela mesa de operação, sangue espalhado por todo o lado e até o chão.
O narrador ficou tão puto quando acabou a sessão. Ele dizia: "caralho, vocês não deviam ter deixado a humanidade morrer!" Mas foi tão divertido! 😈🤭 Quando a gente tava dissecando o comandante-andróide, a gente (jogadores, não personagens) já desconfiava que ele era orgânico e tava vivo e isso fazia parte da alucinação. Quando ele tinha espasmos foi absolutamente horripilante. E a gente continuou mesmo assim. 💀
Imagem 1: eu não sei
Imagem 2: hypersleep chamber
Imagem 3: USCSS Nostromo de Alien (1979), dir. Ridley Scott
ABISMO INFINITO 1/2 - Ramirez
Abismo Infinito é um jogo genial criado pelo brasileiro John Bogéa. Ele também é autor dos igualmente geniais Terra Devastada (sobre zumbis) e Uma Cerveja Antes do Fim do Mundo (pra jogar bebendo cerveja num bar).
O Abismo Infinito tem elementos da literatura e do cinema, de horror e ficção científica.
Os personagens acordam, depois da hibernação criogênica, numa nave prestes a chegar no seu destino: um planeta longínquo. O que eles vão encontrar lá? Um xenomorfo assassino? Um vírus? Um "deus astronauta"/arquiteto que colonizou a terra e criou a espécie humana? Uma entidade transdimensional tentacular vinda de um abismo além da compreensão cujo mero vislumbre a mente humana não é capaz de suportar?
E, além disso, os personagens tem que lidar com coisas menos extraterrenas como: os desígnios da Iniciativa Cronos que enviou a nave; as relações pessoais entre os tripulantes; a interação com os andróides e a inteligência artificial da nave; e uma possível doença mental causada por falhas nas capsulas criogênicas. Nem tudo o que os personagens estão experimentando pode ser real.
Escolhi um personagem Criptólogo chamado Ramirez, que pesquisa sobre culturas e alfabetos de civilizações antigas, tentando provar teorias de colonização alienígena. Ele tem um esposo cientista e uma irmã, que ficaram na Terra. Seu objetivo é, com o dinheiro recebido quando voltar da missão, comprar uma casa para os três viverem juntos.
Imagem 1: Wilson Cruz como Dr. Culber em Star Trek Discovery
Imagem 2: capa de Abismo Infinito
domingo, 20 de março de 2022
crônica O TEMPO QUE NOS É DADO - segunda sessão - 3/3
Agora a coisa MAIS ESTRANHA que aconteceu foi essa: a personagem Verbena é uma cartomante, ok? E o foco de entropia dela é um baralho cigano, ok? E o jogador, que sabe botar cartas, trouxe o baralho dele, ok? Quando a Verbena tirou a sorte antes de entrar na casa (Entropia 1: sentir destino e sorte), saíram três cartas... QUE TINHAM TUDO A VER COM A CENA QUE EU PLANEJEI FAZ MAIS DE MÊS!!! INCLUINDO A CHAVE QUE O LEÃO TEM NA BOCA! 👀
Segundo o jogador, que manja dos paranauê, a chave abre uma porta para algo novo (encontrar a Capela), o cardume é uma boa ventura (o Nodo e o Santuário) e o urso é amizade (encontrar Magos e formar a Cabala). Eu apenas adicionei que "toda oportunidade traz também um risco". 👀 👀
crônica O TEMPO QUE NOS É DADO - segunda sessão - 1/3
Hoje teve a segunda sessão da mesa de Mago a Ascensão que eu tô narrando chamada O Tempo Que Nos É Dado. E deu tudo certo. Foi a mesa pros personagens se encontrarem e explorarem uma casa abandonada. E de experimentarem mágikas sensoriais e testes simples. Lembrando que é a oportunidade tanto deles, que nunca jogaram Mago, experimentarem a mecânica de jogo e oportunidade minha, que nunca narrei Mago, de gerenciar essas rolagens.
Escolhi um terreno em Porto Alegre, e inseri uma casa de Pelotas que eu acho linda. Pros personagens se encontrarem, disse que todos estariam nas imediações da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, e segui esse roteiro:
🔸Personagem 1, Verbena: Vê o espectro translúcido de uma moça com vestes da virada do século, caminhando direção a uma avenida específica. O jogador decide seguir o fantasma.
🔸Personagem 2, Cultista: Faz semanas que têm sonhos repetidos com um rapaz e uma senhora desconhecidos, numa avenida, defronte um pátio abandonado. O jogador decide investigar e quando chega na esquina ele vê flashes de como a cidade era há 100 anos atrás.
🔸Encontro: Os três personagens se encontram numa esquina, há uma certa confusão. A Verbena vê o espectro da moça seguindo até o pátio abandonado. O Cultista tem mais flashs com a cidade antiga. Eles acabam indo até a frente do portão do pátio. Seus avatares se manifestam, um fluxo de energia sai deles e atinge o portão. Um buraco na realidade é aberto, mostrando uma outra versão do pátio, onde é noite e as árvores estão mais exuberantes. Os personagens sentem uma fonte de quintessência lá dentro e o Cultista sente uma interferência temporal. Eles decidem entrar na fenda. Após entrarem, a brecha se fecha. Eles passam a explorar o local.
Imagem 1: Google Maps
Imagem 2 e 3: eu tirei essas fotos de uma casa defronte o Theatro Guarani, em Pelotas.
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crônica O TEMPO QUE NOS É DADO - segunda sessão - 2/3
Após o fechamento do portal, fica claro que eles estão presos nesse terreno, então eles decidem explorar. A casa está abandonada. Coloquei uma trilha sonora sombria.
🔸Quando chegam na sala o Cultista percebe que a interferência temporal diminui e uma cena do passado aparece para os jogadores. Quatro vultos de pessoas com vestes da virada do século, sendo um deles a moça que a Verbena seguia. Eles parecem estar arrumando a casa. Quando a moça olha para o Cultista ela fixa o olhar nele, pega um relógio de bolso, faz gestos com a mão, e a visão coletiva se dissipa, trazendo de novo a interferência temporal.
🔸A casa tem um longo corredor com nove cômodos, e são as únicas portas que os jogadores não conseguem abrir. O que eles acabam descobrindo é que cada cômodo tem uma barreira de correspondência que só vai permitir a entrada de um Mago da Tradição e Esfera corretos. Logo, eles conseguem abrir apenas três portas. Esses são os Santuários que eu prometi lá quando eles fizeram as suas fichas. Dentro de cada saleta há cama, roupeiro e escrivaninha e alguns objetos úteis. Por exemplo, no Santuário da Verbena tem vasos para plantas e frascos de boticário.
🔸Há uma fonte de quintessência no porão. Esse é o Nodo que eu prometi. A entrada do porão é no meio da sala de jantar, num alçapão escondido pelo tapete. Lá embaixo tem um pequeno poço de pedra, repleto de água cristalina e que emite uma leve luminescência branca. Alguns cristais de quartzo crescem na parte interna do poço (sorvo).
🔸Há uma escultura de uma cabeça de leão na parede do porão. Similar à que está na entrada, mas mais bem esculpida. Está faltando os olhos e a chave na boca.A sessão até aqui durou 3h30 e todo mundo inclusive eu estávamos exaustos (quando eu tinha 20 anos a gente jogava muito mais e ainda não queria parar /risos/). O fechamento foi:
🔸Os jogadores estavam falando com seus Avatares, cada um em seu Santuário e foram interrompidos por barulhos estranhos vindo do porão. Lá dentro eles se deparam com uma aranha gigante, do tamanho de um frigobar. Ela aparentemente é feita de metal cromado ou espelhos, tem 10 patas e um par de dentes, todas as extremidades pontiagudas. Cliffhanger, continua na próxima sessão.
Imagem 1, 2 e 4: eu que fiz
Imagem 3: cenário do jogo Layers of Fear
awww
sábado, 19 de março de 2022
mais sobre Promethea!
“The clothes you're wearing, the room, the house, the city that you're in. Everything in it started out in the human imagination. Your lives, your personalities, your whole world. All invented. All made up. All the wars, the romances. The masterpieces and the machines. And there's nothing here but a funny little twist of amino acids, playing a marvelous game of pretend.”
Com Andrei Fernandes, Marcos Keller, Juliana Ponzilacqua, Livia Andrade, Vinicius Ferreira, Rodrigo Grola e Marcelo Del Debbio.
Imagem: primeira página de Promethea #12
🔶 Magickando #30 - Análise Promethea - parte 1🔶
"Mr. Sandman, bring me a dream..."
"Little one, I would like to see anyone — prophet, king or God — persuade a thousand cats to do anything at the same time."
Nesses dois episódios de Magickando, Juliana Ponzi, Marcos Keller, (esses dois já tinham aparecido aqui nesse post), Andrei Fernandes, Vinicius Ferreira, Livia Andrade e Ananda Mida e o convidado Flávio Watson falam muito sobre esse dois branquelos descabelados. Eu sou completamente fanboy de Sandman e aqui eu descobri MUITA informação e pontos de vista e insights que eu não sabia.
Imagem: Capa de Sandman #18, Dave McKean
🔶 Magickando #110 - A Magia de Sandman - parte 1 🔶
🔶 Magickando #111 - A Magia de Sandman - parte 2 🔶
sexta-feira, 18 de março de 2022
ESSE CORPO MORTAL 2/2 - Julia
Imagem 1: eu também não sei
Imagem 2: cena de Ghost in the Shell (1995), dir Mamoru Oshii
ESSE CORPO MORTAL 1/2 - Julia

Imagem 1: eu não sei
Imagem 2: capa do Esse Corpo Mortal
Imagem 3: cena de Akira (1988) dir. Katsuhiro Ôtomo
segunda-feira, 14 de março de 2022
"It's Chaos Magic, Wanda"
Não tem como falar em criatividade, arte, Mago a Ascensão sem falar em Magia do Caos. Agora eu vou contar uma coisa pra vocês: eu não entendo nada me magia de verdade! Eu sou cético, bem science bitch [platéia vaiando]. Então ouvir esse espisódio foi um aprendizado, tudo novidade pra mim.
"As correntes da lei não foram apenas quebradas, elas nunca existiram demônios nunca vigiaram as estrelas o império nunca sequer começou.""Ouça, foi isso que aconteceu: eles mentiram, venderam lhe idéias de bem e mal, ifundiram-lhe a desconfiança do seu próprio corpo e a vergonha pela sua condição de profeta do caos."
"Você já é o monarca da sua própria pele, sua liberdade inviolável espera ser completa."
(trechos de Caos: Os Panfletos do Anarquismo Ontológico, de Hakim Bey)
Leonardo Mitocôndria recebe Ju Ponzi e Marcos Keller (que já tinha aparecido aqui nesse post) pra falar sobre esse assunto fascinante.
Imagem: última página de The Invisibles, de Grant Morrison
sobre sistemas
Se eu tivesse mais conhecimento e experiência sobre o assunto eu até escreveria um artigo sobre isso. Eu tenho percebido umas tendências nos sistemas de RPGs relacionadas às décadas que foram criados.
🔸D&D é um jogo dos anos 70, derivado de tabletop wargames, e nele há uma ênfase em regras de combate e as fichas são bem complexas. Outros jogos da época seguem esse paradigma. Outro exemplo: GURPS.
🔸Storyteller surgiu nos anos 90, é mais voltado pra interpretação do que para números e a ficha é mais simplificada. Outros jogos dessa época têm vibe semelhante. Outro exemplo: Castelo Falkenstein.
🔸Jogos como Abismo Infinito, Terra Devastada, Numenera, A Pilha (The Pool), Déloyal e Esse Corpo Mortal são todos pós-2000, e têm em comum fichas ainda mais reduzidas. Nem sequer têm uma lista de atributos, o jogador determina palavras ou frases que servem como habilidades.
Eu fui criado com os jogos dos anos 90 e tô amando de descobrir esses jogos pós-2000. É TÃO MAIS GOSTOSO jogar com um sistema simplificado. Dá mais espaço pra se dedicar pra interpretação, conflitos, cenário.
sexta-feira, 11 de março de 2022
sobre Magia e Arte
(Marcos Keller)
Eu tava falando semana passada com meu psicólogo sobre o potencial transformador da imaginação, literatura e RPG e como eu tava usando isso pra lidar com traumas do meu passado. Chegando nessa parte, meus olhos suaram. 😭😭😭. Enfim, nesse episódio de Teologia de Boteco o Cristiano Barba convida Marcos Keller (que também vai aparecer aqui nesse post) pra falar sobre esse assunto. A maciez das vozes desses caras, meldelz... 💖
Imagem: Capa do último número de Promethea, de Alan Moore
🔶 Teologia de Boteco #141 - Alan Moore e sua Magia 🔶
quinta-feira, 10 de março de 2022
DÉLOYAL 2/2 - Simone
A outra cena foi quando o grupo sequestrou e interrogou um dos agentes perseguidores. Ficou uma dúvida: o que fazer com ele? Ele tinha informação demais: a identidade dos guerrilheiros, o "aparelho" onde eles se escondiam. Enquanto os outros dois personagens ainda debatiam, Simone pega uma arma e executa o agente, com um tiro na testa. Naquela noite, deitada no sofá improvisado, ela tem um sonho: no momento em que ela puxa o gatilho, o agente balbucia o nome da sua amada. Ele poderia ter informação sobre seu paradeiro (se ela estava viva ou onde encontrar o corpo). Mas já é tarde demais, e a bala, em câmera lenta, penetra seu crânio. Simone acorda, assustada.
Ah, vocês querem saber se vencemos? Pelo que me lembro, fomos bem sucedidos em algumas da etapas preliminares, mas não em todas (o protesto que serviria de distração saiu meia-boca). Conseguimos recuperar a maior parte dos quadros e sequestramos o figurão. Como não foi um sucesso total, as consequências foram de medianas a boas: nossa ação desestabilizou, mas não depôs o governo ditatorial.
🔶 Sites da galera brasileira e independente que criou e publica e vende Déloyal: aqui e aqui 🔶
Imagem: capa do Déloyal.
DÉLOYAL 1/2 - Simone
A gente decidiu em conjunto que a história se passaria num país fictício, numa época equivalente aos anos 70 (a gente jogou ouvindo Tropicália).
Esse país estava sob uma ditadura militar e um havia um departamento do governo responsável pela ordem política e social. Em outras palavras, eram os agentes torturadores.
Nossos personagens formavam uma célula revolucionária. Antes do golpe militar Simone era uma mecenas das artes plásticas, até que eles sequestraram sua namorada, uma cantora que fazia músicas de protesto. Ela nunca mais foi vista, com certeza foi torturada e morta. Simone tinha até hoje pesadelos com a cena da abdução. O único detalhe reconhecível no agente que levou sua amada foi uma cicatriz circular nas costas da mão. Agora, ela era uma guerrilheira.
O governo tinha recentemente declarado que a arte contemporânea era degenerada, e muitos quadros foram retirados do museu da cidade. Nosso objetivo era recuperar esses quadros do depósito e sequestrar um político importante que iria aparecer na noite de uma vernissagem. Para isso, nós precisaríamos de uma distração: um protesto na frente do museu. E para o protesto dar certo, precisaríamos convencer o diretório acadêmico e um grupo de anarquistas a nos ajudar.
Não vou entrar nos pormenores das regras, mas essas etapas do plano que eu acabei de descrever são parte do sistema de jogo. É necessário ser bem sucedido parcial ou totalmente nas etapas pra descobrir se, no final, os personagens vão conseguir ou não atingir o objetivo final.
Foi uma one-shot de espionagem, perseguições, troca de tiros, disfarçes, discussões ideológicas, sabotagem.
Imagem 1: capa da revista Canoe
Imagem 2: capa do LP tropicália (1968)
Imagem 3: capa do LP Caetano Veloso (1968)
Yarr!
Olha, eu sou 100% a favor de socializar PDFs, mas... como eu posso sofrer ações legais e/ou ter o blog fechado, não vou postar nenhum link de download pirata, okay?
NUMENERA & THE POOL 2/2 - Khajiit
A história girava em torno de encontrar o motivo de que ninguém mais conseguia dormir num determinado vilarejo, as pessoas já estavam enlouquecendo.
Descobrimos que tinha, no deserto ao redor, uma fortaleza (instalação de pesquisa) abandonada com um artefato mágico (computador) quebrado que deveria falar com os Deuses (mandar mensagens pra um satélite), mas que estava se comunicando com os sonhos dos aldeões (interferindo nas ondas cerebrais).
O narrador me trollou pra caralho. Khajiit, o charmoso trambiqueiro, tinha que convencer uma tribo de pessoas do deserto a deixá-lo entrar no seu templo sagrado (a instalação de pesquisa abandonada), mas eles falavam uma língua desconhecida. O narrador me fez ficar de pé e fazer TODA A MÍMICA de me comunicar com o povo do deserto. Depois eu rolei os dados, falhei miseravelmente e o pobre do Khajiit foi espancado.
Mas, após uns dentes quebrados, o diálogo foi estabelecido, e Khajiit, o rei das gambiarras, conseguiu fazer que o artefato voltasse a comunicar com os Deuses (consertar o computador) e salvou da loucura tanto o povo da cidade quando o povo do deserto.
🔶 The Pool (A Pilha) tem de graça no Drivethrurpg.
🔶 Editora que vende Numenera no Brasil.
🔶 Site do Numenera lá fora.
Imagem 1: capa do Numenera
Imagem 2: capa do The Pool
NUMENERA & THE POOL 1/2 - Khajiit
Numenera tem um cenário maravilhoso. É um mundo que já passou por tantos apocalipses que não dá mais pra saber que ano é. A sociedade regrediu, as pessoas usam carroças. Mas pedaços de tecnologias sobreviveram: um motor de carro, um computador... ou até mesmo um teletransportador! E as pessoas desse mundo podem até encarar isso como magia!
Imagens: Riz Ahmed como Bodhi Rook em Rogue One (2016), dir.Gareth Edwards.
EDIT: Uma versão do Khajiit, no Heroforge:
quarta-feira, 9 de março de 2022
viadagem
Eu quis, na época que fiz esses personagens de D&D, abordar diferentes aspectos de experiências gays: um amor secreto, um trabalhador do sexo, um trisal, um amante, um amor platônico, timidez.
D&D 6/6 - Thikk Him'bo
Características:
🔸digamos que ele não é exatamente conhecido pelos seus dotes intelectuais;
🔸ele procura ser altruísta, mas sua ajuda as vezes é um pouco atrapalhada;
🔸tem um bom coração e tenta fazer o certo;
🔸costuma desenvolver paixões platônicas por guerreiros grandalhões e tubarões vagamente hominídeos com hálito de lixo tóxico, mas até agora não teve iniciativa de abordar nenhum deles;
História:
🔸quando era bebê, seus pais foram mortos por um monstro;
🔸foi encontrado e adotado por lobos;
🔸quando criança, sua alcatéia foi morta por... outros monstros;
🔸foi encontrado e adotado por uma tribo de bárbaros humanos;
🔸quando adolescente sua tribo foi dizimada... por mais monstros!
🔸dessa vez ele tinha idade suficiente para massacrar esses últimos monstros;
🔸decidiu sair pelo mundo a ajudar os necessitados... e matar monstros;
Imagem: eu que fiz
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EDIT: Thicc no Heroforge:
D&D 5/6 - Feusag
Eu lembro pouco desse bardo, joguei muito poucas sessões com ele.
Feusag ➡️ e seu melhor amigo ⬇️, quando adolescentes, saíram de seu vilarejo para estudar na Escola de Bardos. Feusag era apaixonado pelo amigo (não me lembro o nome, mas decidi chamar agora de Hughard), mas nunca teve coragem de dizer.
Quando finalmente se formaram, ambos rumaram para direções completamente diferentes, mas Feusag ainda pensa nele.
Eu lembro que tinha alguma coisa relativa a um pergaminho misterioso encontrado numa biblioteca com símbolos estranhos e uma missão pra encontrar uns artefatos mágicos. Talvez tenha sido esse o motivo da separação, cada um foi numa direção procurar um objeto pra se reunirem num futuro.
(não, eu não assisti essa série, não sei se rola um ship, mas eu achei os dois atores umas delicinhas)
Imagens: Santiago Cabrera e Tom Burke como Aramis e Porthos, da série The Musketters (2014-1016), BBC.
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EDIT: Feusag no Heroforge:
EDIT 2: Agora o Hughard:
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D&D 4/6 - Koinur
Essa crônica se passava em Zendikar, um mundo de Magic The Gathering. Nossos personagens eram planeswalkers.
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Koinur é um Kor, monge e planeswalker. Sua missão, juntamente com seu amigo, um guerreiro, era explorar outros planos e encontrar locais seguros para sua tribo. Koinur e ele tinham um caso, e eles aproveitavam a solidão das viagens para ficarem a sós, o que não seria possível na tribo, pois o amigo era casado.
Mas, agora que sua filha nasceu, o amigo lhe disse que planejava se assentar em um local. Koinur fica arrasado e eles então combinam de fazer uma derradeira viagem de exploração juntos.
Tragicamente são atacados por Eldrazi e seu amigo é mortalmente ferido. Antes de morrer, ele faz com que Koinur prometa que irá zelar pela sua esposa e filha.
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EDIT: Koinur no Heroforge:
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D&D 3/6 - Finiadraug
Finiadraug, que significa "lobo astuto" em alguma língua que o Tolkien inventou mas agora eu não lembro qual, é um humano ranger. Os amigos o chamam de "Fini".
Seus verdadeiros pais foram mortos por goblins quando ele era criança. Um humano (Falathorn), um anão (Sarnur) e um elfo (Celondim), que formavam um trisal, o resgataram e o adotaram. Eles eram líderes de uma escola muitrracial de rangers e o treinaram.
20 anos depois, Falathorn é morto durante um ataque de orcs. Sem conseguir lidar com o luto, Sarnur e Celondim acabam se separando, dividindo o bando de rangers em dois. Fini então decide se aventurar pelo mundo.
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EDIT: Fini no Heroforge:
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D&D 2/6 - Uru
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Uru, um meio-orc, era um escravo dos drows no subterrâneo. Minerando nos túneis, ele encontra uma estatueta de um bebê vermelho que sussurra pra ele. Ela lhe dá dicas que lhe permite inciar um delizamento para poder fugir.
Chegando em uma cidade, Uru acaba se prostituindo para sobreviver. Um warlock de mais de 100 anos de idade lhe oferece muito dinheiro para ele ser seu servo pessoal. A estatueta surrura que ele deveria aceitar. O meio-orc acaba aceitando. Melhor cozinhar, varrer e ocasionalmente prestar serviços sexuais com um único cliente, ainda que seja um velho decrépito, e morar numa torre luxuosa do que continuar naquelas ruas imundas.
Uma noite, um dos rituais do velho bruxo dá errado e ele é possuído por um Grande Antigo. A estatueta sussura para Uru destruir um objeto, que é a fonte de entrada da entidade nesse plano. Assim ele o faz, o ser é expulso e o corpo já vazio do velho se desfaz em pó.
Só então a estatueta revela o que ela é: um Corruptor. Como recompensa por ter frustrado os planos do seu rival, o Grande Antigo, seu patrono lhe oferece um pacto: Uru se tornará um warlock, mas quando matar qualquer oponente, ele precisa cortar o pescoço das vítimas com uma adaga, para enviar suas almas a seu novo senhor.
Imagem 1: IsandirBG
Imagem 2: Born Again - Black Sabbath (1983)
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EDIT: Uru no Heroforge:
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