domingo, 27 de fevereiro de 2022

3/3 - Jogar vs Narrar

Durante todos esses anos eu basicamente só joguei. 

Me convidaram pra narrar Lobisomem O Apocalipse lá aos 20. Narrei. Odiei. Eu não sabia direito dos testes, tava totalmente perdido, não tinha ideia do que fazer. O pessoal curtiu, disseram que se divertiram. Mas eu tava quase em pânico. Disse: "nunca mais".

Anos depois, sempre que me pediram eu dizia "bah, não sei...". As vezes eu enrolava "ok, talvez eu narre, deixa eu bolar alguma coisa...". Tudo mentira, eu só queria ganhar tempo pra sair pela tangente e não ter que dizer "não".

Lá pelos 35+, conseguiram me agarrar à força (até hoje não sei como, devem ter me amarrado e me ameaçado com um porrete, sei lá) e eu narrei 1 sessão de Changeling O Sonhar e 1 de Changeling Os Perdidos. O pessoal curtiu. Mas eu ficava tão tenso que me estragava a semana.


E, finalmente, agora, no ano de nosso Papai do Chão de 2022 eu tive coragem de começar a narrar Mago A Ascensão e tô me divertindo. "Mas o que mudou?" - vocês perguntam. TERAPIA é a resposta. Resolvendo traumas, neuroses e inseguranças na terapia fez com que eu parasse de me sentir medo e nervosismo e pânico na hora de narrar. E essa "coragem" recém descoberta tá vazando pras outras coisas da vida e eu tô tendo coragem pra enfrentar outras coisas (eu tive um psicólogo que trabalhava com psicodrama que dizia "a saúde contamina" e eu amo essa frase).

 

<< post anterior / próximo post >>


2/3 - Antes do começo

Eu comecei a jogar RPG... Gezuz, eu não consigo lembrar de uma data específica (a falta de memória é ressonância da Esfera de Tempo, com certeza).

Deixa eu procurar um ponto de referência... A Série Witchblade é de 2001 (nesse ano eu tinha 22 anos) e eu lembro de conversar com a galera da mesa sobre a série. Suponho então que eu comecei a jogar RPG com 20 ou 21. Meio tardio, se comparar com o resto do pessoal, que jogava desde os 14 ou 16.

Eu ouvi falar em RPG a primeira vez quando eu era pré adolescente, num Corujão da Globo, com aquele filme com o Tom Hanks, Mazes and Monsters (que explora o satanic panic contra o D&D de um jeito bem ruim, mas na época eu fiquei fascinado). 

Depois conheci uma colega de aula na Escola Técnica que jogava Vampiro A Máscara (jogava mesa e live action). Eu vi os dadinhos D10 amarelinho limão e fiquei fascinado, e ela me convidou pra jogar.


MAS... eu comentei com um vizinho que eu ia jogar Vampiro e ele disse: "por que tu não joga Lobisomem (O Apocalipse), que é muito mais legal?". E eu joguei com eles e simplesmente amei. Quando fui jogar Vampiro não vi graça nenhuma.

Mas depois de um tempo, talvez um ano, Lobisomem começou a perder a graça, e surgiu em Pelotas um live action de Mago A Ascensão! Se Lobisomem foi minha primeira paixão, Mago foi casamento pra vida (e Changeling O Sonhar o amante).

Eu larguei por um tempo o RPG quando eu tava no finalzim da faculdade. Tava com coisas mais "adultas" na cabeça: TCC, estágio, trabalho, etc. E, lá pelos 30, voltei a jogar. Ser adulto é mais gostoso quando a gente traz junto a criança dentro da gente.

Tive poucas experiências com D&D e tô chegando a conclusão que não é minha vibe mesmo. E, recentemente, aos 40 e poucos, tive experiências maravilhosas com outros sistemas além do Storyteller como: Abismo Infinito, Numenera, Esse Corpo Mortal, The Pool (A Pilha), Rastro de Cthulhu, Deloyal. E, do sistema Storytelling, narrei Changeling os Perdidos e amei Lobisomem Os Destituídos.

Ok, esse é o resumo da minha história RPGística.

 

<< post anterior / próximo post >>


1/3 - O começo? ¿oçǝɯoɔ O

Então. Comecei esse blog pra falar sobre a mesa de RPG de Mago A Ascensão que eu comecei a narrar, das descobertas que eu tenho feito e provavelmente vou acabar falando de outras coisas também.

 

próximo post >>

Teste 1

 testando testando som som